Foi um marco inesperado na minha vida ser o primeiro mister negro a ganhar e etapa estadual do concurso no Rio Grande do Sul.
Apesar de eu ser o que costumam chamar de new face, ou seja, um modelo jovem com pouca bagagem profissional, eu decidi encarar esse desafio.
É muito gratificante receber um título como esse e ter o reconhecimento das pessoas. É uma conquista não única e exclusivamente pela beleza, mas sim pela tua essência.
Então, hoje vou compartilhar contigo um pouco dessa minha jornada e o que pude aprender nesse curto período de contato com a profissão de modelo.
Segue a vibe!
Quando eu iniciei minha carreira como modelo, logo no início eu já havia percebido que era uma profissão muito competitiva e que eu precisaria fazer coisas diferentes para conseguir me destacar.
Participar do Mister foi uma das formas que eu considerei para conseguir ter mais visibilidade como modelo.
Então, fui lá e fiz minha inscrição!
Foi então que começou a pressão começou. Eu comecei a analisar mais a fundo os perfis dos candidatos e percebi que eu não me enquadra muito bem. Não tinha o aspecto comercial que havia ganho nas outras edições.
O cenário desfavorável para o meu perfil (fashion) não me desmotivou.
Eu me dediquei como nunca aos treinos na academia, mas minha ideia não era me enquadrar no padrão, e sim entregar minha melhor versão de perfil.
E foi o que eu fiz, levei minha essência e o meu estilo.
O concurso de Mister você precisa representar uma cidade. Eu representei Taquarí, uma pequena cidade do interior gaúcho.
Essa foi a primeira prova, o primeiro teste!
Não que seja uma fase extremamente concorrida, mas você já começa a entrar no clima da competição. Quando coloquei a faixa eu me senti muito bem e confiante para a final estadual.
Parti então para os treinamentos mais intensos na academia e em paralelo eu ia fazendo alguns trabalhos como modelo. Isso tudo de forma complementar, trabalhando mente e corpo. Além disso fiz um planejamento alimentar com maior ingestão de proteínas.
Foram 6 meses de muito preparo para tentar me aproximar mais do perfil homem mais velho normalmente requisitado para o concurso.
Quando chegou a fase de confinamento, reta final do concurso mister, eu fiquei com um sentimento de insegurança. Comecei a analisar os concorrentes e realmente achei que não teria chances.
Mas, mesmo assim, segui com meu planejamento e foco. Nas avaliações feitas até o dia da final, eu estava em 4º lugar na classificação.
Porém, no dia da final onde seria batido o martelo, os jurados mudaram e foi esse um dos movimentos que não estavam sob meu controle, mas que me beneficiaram.
Na votação final e fiquei em primeiro lugar e o sentimento foi um dos melhores que já tive na minha vida.
Até então eu não fazia ideia de que eu estava deixando uma marca na história sendo o primeiro mister negro a ganhar no Rio Grande do Sul.
Quando fui informado sobre isso o sabor da vitória foi ainda melhor. Além de conquistar meu objetivo, pude contribuir com a representatividade dentro do concurso mister.
Conquistada a etapa estadual, fui para a final do Mister Brasil e tive mais alguns resultados bacanas. Além de ficar no top 20, levei o troféu de Mister Top Model, Beleza com Estilo e o Mister mais Carismático pelo voto popular.
E chegando ao encerramento desse post, quero convidar você a refletir sobre as barreiras que eu tive que enfrentar, os cenários desfavoráveis para o meu perfil e a atitude que eu assumi perante essas intempéries.
Eu poderia ter ficado desmotivado, desacreditando no meu potencial mas, fazendo um movimento contrário, topei o desafio e encarei do meu jeito as dificuldades.
Fui honesto comigo mesmo do início ao fim e acredito que esse foi um dos principais ingredientes que me levaram a conquista do título e deixar um marco na histório como o primeiro mister negro no Rio Grande do Sul.
Se você está tentando se destacar, se esta buscando o seu espaço, não tente mudar a sua essência, pois é essa característica que irá te ajudar a alçar voos maiores.
Essa é a tão procurada atitude de modelo!
Um abraço e “tamo junto”.